Da promessa ao exercício resignado de gozo: a ideologia como encenação.
Resumo
Resumo: A partir do aprofundamento dos argumentos epistemológicospara uma articulação entre teoria social e uma teoria do sujeito pensada
por meio da psicanálise de orientação lacaniana, este artigo questiona as
mudanças históricas da ideologia. Compreende-se que a ideologia perdeu
seu componente de falsidade: não há mais uma autonomia do espírito
em relação à realidade material. A ideologia não mais esconde ou nega a
realidade, mas a rea*rma excessivamente, por meio da indústria cultural
e da propaganda: a ideologia se converte na própria realidade. A partir
disso, colocam-se questões sobre a consolidação de uma subjetividade
pautada pela razão cínica e as funções social e subjetiva da propaganda.
Conclui-se que o desejo e o sintoma podem ser tomados politicamente
como possibilidade de resistência aos imperativos de gozo da sociedade
capitalista e como fontes subjetivas da transformação social e histórica.
Palavras-chave: ideologia; teoria social; psicanálise; razão cínica;
propaganda; Jacques Lacan.