Religiosidade versus ecocrítica em Senhores do orvalho, de Jacques Roumain
Palavras-chave:
Religiosidade, Ecocrítica, Narrativa, Meio ambienteResumo
O vodu, religião que teve origem na África ocidental, misturado com o catolicismo no Haiti, permeia a narrativa Senhores do orvalho (2022), de Jacques Roumain. O Immanuel, que dá origem a Emanuel ou Manuel e em hebraico significa “Deus está conosco”, é o protagonista e vem como um “Messias” para conscientizar seu povo de que nem tudo depende da religiosidade. Respeita os credos exaltados pelo seu povo, mas alerta para a responsabilidade de cada um com a mesma natureza de cujas entidades fazem parte. Personagem, vítima da diáspora, pois ficou 15 anos em Cuba, volta para o seu país trazendo as experiências adquiridas e promovendo um sopro de esperança e continuidade para sua gente. A nova cosmovisão da personagem propicia o desdobramento da narrativa, provocando o embate entre os pressupostos de uma religião pagã, imbricada pelos pressupostos do cristianismo, e tendo como desencadeador do conflito na trama, o meio ambiente. Este trabalho pretende demonstrar na narrativa o embate entre os pressupostos da religiosidade e o conceito de ecocrítica.
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