Histórias do meu povo. Reflexões sobre pedagogias decoloniais na escrevivência de Esmeraldina dos Santos – AP
Palavras-chave:
Escrevivência, Pedagogias Decoloniais, Esmeraldina dos SantosResumo
Neste artigo discutimos a obra de Esmeraldina dos Santos, mulher, negra, quilombola, amapaense, residente no quilombo do Curiaú, Macapá-Amapá. Apesar de ter estudado apenas até “6ª série do 1º grau”, à época, Esmeraldina escreveu o livro Histórias do meu povo, em que reúne memórias de sua comunidade que narram elementos de luta e resistência da população negra amapaense. Caracterizamos a obra como uma escrevivência – narrativa literária construída por mulheres negras, a partir das suas coletividades e ancestralidades. Debatemos como determinados elementos presentes na obra, como as denúncias do racismo vivido por ela e sua comunidade, da devastação ambiental promovida pela acumulação capitalista no território, de estereótipos de gênero contra mulheres negras, podem ajudar na construção de pedagogias decoloniais, modelos pedagógicos que colaborem com a superação da colonialidade em nosso tempo, mostrando a interface entre literatura e educação.
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