Processos de resistência e emancipação do leitor-espectador-ouvinte no combate ao racismo estrutural: a escrevivência de Conceição Evaristo em ato

Autores

  • Adrielly da Silva Gomes Universidade Católica de Pernambuco
  • André Luís de Araújo Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • Maria de Fátima Vilar de Melo Universidade Católica de Pernambuco

Palavras-chave:

Conceição Evaristo, Escrevivência, Oralidade, Emancipação, Racismo Estrutural

Resumo

Este estudo[1] examina os processos de resistência e emancipação presentes nas obras da escritora brasileira Conceição Evaristo, especificamente em seu conceito de escrevivência, e como as leituras de sua obra podem ser importantes para o enfrentamento ao racismo estrutural. A pesquisa parte da premissa de que a literatura pode ser uma ferramenta poderosa na luta contra o racismo e na promoção da igualdade racial, e o leitor-espectador-ouvinte tem um papel fundamental neste combate. Por meio de uma abordagem interdisciplinar que combina estudos literários, sociologia e teoria crítica racial, analisamos como a escrevivência de Evaristo convida este leitor-espectador-ouvinte para uma possível emancipação. Nossa análise mostra que a escrevivência de Evaristo permite que os leitores, espectadores e ouvintes negros se vejam representados de maneira autêntica e valorizada em sua literatura afrodiaspórica.

 

[1] O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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Publicado

2025-08-16

Edição

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Artigos