O poder de mudar o mundo: o apelo à cruzada das crianças
Palavras-chave:
Literatura infantil, Ativismo, Hibridismo, Multimodal, Afonso CruzResumo
O objetivo deste texto é analisar um livro infantil publicado inicialmente em Portugal em 2015, intitulado A cruzada das crianças (vamos mudar o mundo), de Afonso Cruz. O estudo tem um duplo objetivo: i) refletir sobre o formato híbrido e multimodal deste livro, uma vez que inclui características dos géneros teatral/performativo, lírico e narrativo, combinando-os com referências ou excertos de outros discursos e artes; e ii) analisar o modo como promove e incentiva o ativismo infantil, a fim de mudar o mundo como o conhecemos, em termos dos valores fundamentais da sociedade. Ao abordar questões relacionadas com o ativismo infantil e ao retratar as crianças como cidadãos autoconscientes, proactivos e exigentes, A cruzada das crianças permite que as crianças expressem as suas reivindicações e ilustra uma tendência crescente na literatura infantil contemporânea, ao combinar elementos literários com elementos não ficcionais.
Referências
BROMLEY, Chelsea Marie. Brave New Forms: Adaptation, Remediation, and Intertex-tuality in the Multimodal World of Hugo Cabret. Tese de Mestrado. Eastern Michigan University, 2014. Disponível em: https://commons.emich.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1942&context=theses. Acesso 02 de maio de 2024.
CRUZ, Afonso. A cruzada das crianças (vamos mudar o mundo). Lisboa: Fábula, 2023.
CRUZ, Afonso. A cruzada das crianças (vamos mudar o mundo). Lisboa: Alfaguara. 2015.
ESCOURIDO, Sofia Madalena G. A página como possibilidade hiperficcional da nova literatura portuguesa: Patrícia Portela, Afonso Cruz e Joana Bértholo. Revista de Estudos Literários, v. 8, pp. 45-74, 2018. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/6169. Acesso 02 de maio de 2024.
ESCOURIDO, Sofia Madalena G. A página como possibilidade: Patrícia Portela, Joana Bértholo & Afonso Cruz, PhD Thesis, Coimbra University, 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/10316/94390. Acesso 02 de maio de 2024.
FLETCHER, Lauren, & HOLYOKE, Erica. Reading the Word and World: Portrayals of Activism in Children's Literature. The Reading Teacher, v. 76, n. 6, pp. 713-723, 2023. D.O.I: https://doi.org/10.1002/trtr.219. Acesso 02 de maio de 2024.
GIBBONS, Alison. Creativity and Multimodal Literature. In: The Routledge Handbook of Language and Creativity. New York: Routledge, 2015. pp. 293-307.
GIBBONS, Alison. Multimodal Literature and Experimentation. In: The Routledge Companion to Experimental Literature. New York: Routledge, 2012. pp. 420–434.
HALLET, Wolfgang. (2009). The Multimodal Novel: The Integration of Modes and Media in No¬velistic Narration. In: Narratology in the Age of Cross-disciplinary Narrative Research. Berlin: Walter de Gruyter, 2009. pp. 129-53.
HOPKINSON, Amanda. Guises and Dolls: A Story of Art, Objects and Ideas, with a Language All Its Own. TLS. Times Literary Supplement, v. 6198, pp. 17-18, 2022. Disponível em: https://go.gale.com/ps/i.do?p=AONE&u=anon~5166c7c9&id=GALE%7CA691009515&v=2.1&it=r&sid=googleScholar&asid=8e560455. Acesso 02 de maio de 2024.
MATHIS, Janelle B. Demonstrations of Agency in Contemporary International Children’s Literature: An Exploratory Critical Content Analysis Across Personal, Social, and Cultural Dimensions. Literacy Research and Instruction, v. 54, n. 3, pp. 206–230, 2015. D.O.I: https://doi.org/10.1080/19388071.2015.1027021. Acesso 02 de maio de 2024.
NANCE-CARROLL, Niall. Children and Young People as Activist Authors. International Research in Children's Literature, v. 14, n. 1, pp. 6-21, 2021. Disponível em: https://www.euppublishing.com/doi/abs/10.3366/ircl.2021.0374?journalCode=ircl. Acesso 02 de maio de 2024.
NAVAS, Diana; RAMOS, Ana Margarida. Textos que se (des) constroem: metaficção e intertextualidade na ficção juvenil contemporânea. Acta Scientiarum. Language and Culture, v. 38, n. 3, pp. 223-232, 2016. D.O.I: https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v38i3.31138. Acesso 02 de maio de 2024.
NØRGAARD, Nina. Multimodal Stylistics of the Novel: More than Words. New York and London: Routledge Taylor & Francis Group, 2019.
NØRGAARD, Nina. Multimodality and the Literary Text: Making Sense of Safran Foer’s ‘Extremely Loud and Incredibly Close’. In: New Perspectives on Narrative and Multimodality. New York, London: Routledge Taylor & Francis Group, 2010. pp. 115-126.
RAMOS, Ana Margarida. Hibridismos e contaminações: a propósito do livro-álbum como formato omnívoro. In: Mix & Match: Poéticas do Hibridismo. Vila Nova de Famalicão: Húmus Editores, 2020a, pp. 173-194.
RAMOS, Ana Margarida. Picturebook Format: Beyond the Relationship between Words and Pictures An Overview of the Portuguese Editorial Panorama. Libri & Liberi, v. 9, n. 1, pp. 61-64, 2020b. Disponível em: https://www.ceeol.com/search/article-detail?id=933083. Acesso 02 de maio de 2024.
SADOKIERSKI, Zoë. Visual Writing: A Critique of Graphic Devices in Hybrid Novels from a Visual Communication Design Perspective. PhD Thesis. University of Technology Sydney. 2010. Disponível em: https://opus.lib.uts.edu.au/handle/10453/20267. Acesso 02 de maio de 2024.
SHORT, Kathleen. G. (2017). The Right to Participate: Children as Activists in Picturebooks. In: Critical Content Analysis of Children’s and Young Adult Literature. New York/London: Routledge, 2017, pp. 147-164.
TAFT, Jessica. K., & O'KANE, Claire. Questioning Children's Activism: What is New or Old in Theory and Practice?. Children & Society, v. 38, n. 3, pp. 744-758, 2024. D.O.I: https://doi.org/10.1111/chso.12742. Acesso 02 de maio de 2024.
TSAPIV, Alla. Multimodal Imagery in Picture Books for Children. Cognition, Communication, Discourse, v. 25, pp. 80-88, 2022. D.O.I: https://doi.org/10.26565/2218-2926-2022-25-06. Acesso 02 de maio de 2024.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.