As contribuições de C. S. Peirce para a filosofia da religião contemporânea

Autores

  • Robert C. Neville

Resumo

Os pragmatistas norte-americanos clássicos eram intrigados com a religião, e devotos de diferentes maneiras, todas elas compatíveis com uma visão secularista. Peirce é o mais frutífero a ser seguido, por causa da utilidade analítica de sua semiótica para interpretar símbolos religiosos. Em primeiro lugar, sua teoria mostra que os símbolos guiam e tornam possível o engajamento1 com o divino, em vez de funcionarem como seus substitutos. Em segundo lugar, sua teoria distingue significado de referência e interpretação, de forma que cada conceito abre novos caminhos para pensarmos sobre o engajamento religioso. Uma teoria dos símbolos religiosos pode ser desenvolvida a partir da teoria peirciana do significado, que sublinhe sua múaia correção e ressonância, mais do que sua coerência lógica. Uma teoria da referência através dos índices pode ser também desenvolvida, que mostre como os símbolos são verdadeiros ou falsos dependendo das relações causais estabelecidas pelo índice entre o objeto e o intérprete. Uma teoria do propósito contextual para a interpretação pode ainda mostrar como os símbolos que são verdadeiros em um contexto, são falsos em outro. A teoria de Peirce pode ser suplementada por uma discussão daquelas pessoas para quem os símbolos realmente engajam o divino, e aquelas para quem eles não o engajam. Estes desenvolvimentos abrem novas perspectivas para entendermos a crença religiosa como parte da prática, um antigo tema pragmatista, com as doutrinas reinterpretadas em termos de engajamento simbólico.

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Artigos Cognitio