O renascimento do interesse no pragmatismo estadunidense foi acompanhado por tentativas, por parte de filósofos adeptos da tradição angloamericana de análise lingüística, de avaliar o que o pragmatismo tem a oferecer à sua tradição. Num ensaio de 2004, por exemplo, Robert Brandom isolou “quatro erros distintos” do programa instrumentalista dos pragmatistas. Neste ensaio, analisarei uma de suas alegações, a saber, a de que porque os pragmatistas sempre olharam “rio abaixo” para as conseqüências da crença, eles não perceberam um aspecto importante das teorias semânticas contemporâneas, a saber, o de que os antecedentes da crença são correlativos às conseqüências e, portanto, devem também ser considerados. Demonstro que a abordagem de Brandom se baseia numa leitura equivocada da teoria da investigação de Dewey, que olha tanto “rio acima” para os significados recebidos – significados que foram assegurados por meio de investigação prévia – e “rio abaixo” para as maneiras em que os significados podem ser reconstruídos para assegurar bens que, de outra maneira, se mostrariam transitórios. Como parte de minha resposta a Brandom, forneço uma análise da identificação feita por Dewey de uma crença verdadeira como assertividade garantida.