Neopragmatismo, Crítica do representacionismo, Justificação, Conversação, Objetividade
Resumo
Rorty leva adiante o pragmatismo, renovando-o. Inspirado em Wittgenstein, Dewey e Heidegger, ele critica a tradição filosófica centrada na representação como obstáculo à “cultura pragmatizada”. Nela vale a conversação, a justificação; o modelo para o conhecimento não é a mente como espelho da natureza, mas as práticas culturais por meio das quais é possível obter verdade objetiva. Mas essa não é o centro de um procedimento epistemológico, e sim resultado da aplicação de procedimentos justificados em contextos do discurso normal. Em vez de buscar um algoritmo comum, um fundamento sólido e inabalável, é preciso abrir a filosofia para a conversação. O rótulo de relativismo (visto como perigo para a verdade, para a ética, para a política) não é o mais apropriado para caracterizar seu pensamento; como Rorty põe em xeque a relação esquema-conteúdo, e nisso segue Davidson, a verdade não depende de esquema; o idealismo e o relativismo concernem mais aos filósofos sistemáticos que propõem critérios para o conhecimento. Se o conhecimento for visto não como método para chegar à Verdade, mas como parte de procedimentos que muitas vezes melhoram a compreensão que temos de nós, então à filosofia caberá o papel de auxiliar na conversação da humanidade e não de juiz cultural. Se a mente não for vista como cuba que contém idéias, que representa a realidade, mas como certo elemento usado para caracterizar algumas de nossas atividades, compreensível em certos jogos de linguagem, então não precisamos de uma ciência que nos decifre.