Várias publicações recentes atestam um interesse renovado, no alvorecer do Século XXI, na filosofia de Charles S. Peirce. Embora concordando com a importância da filosofia peirciana para o Século XXI, discordamos com algumas interpretações de Peirce como um pragmatista utilitarista, ou com tentativas de extrair dele uma teoria de justiça social para as sociedades do Século XXI. Uma exploração crítica da filosofia da ciência de Peirce, particularmente sua ideia de investigação científica como o “estudo de coisas inúteis”, serve para iluminar a dimensão não-pragmática e não-utilitária do pensamento peirciano, como também para revelar sua verdadeira relevância ética para o Século XXI.