A sílaba portuguesa como questão empírica em fonologia
Autores
Eleanora Cavalcante Albano
Universidade Estadual de Campinas
Resumo
Este artigo discute a sílaba portuguesa em uma visão multidisciplinar do que pode ser uma fonologia não linear empiricamente motivada. Argumenta que os elementos c e v, concebidos por teorias como Clements & Keyser (1983), são de fato projeções governadas por regras de certas configurações de características distintas. Acredita-se que os dados relevantes para essas unidades de ritmo sejam gerados em duas etapas. Primeiro, as condições da estrutura do morfema de uma linguagem são muito rigorosas quanto a quais contornos de características principais (Cf. Stevens & Keyser 1989) podem co-ocorrer dentro e entre os morfemas. Segundo, certos filtros em tais contornos são introduzidos lexicamente para incorporar outras regularidades gramaticais e fonéticas. O resultado é que a estrutura cv, mapeada a partir do conteúdo, é altamente previsível em palavras e em unidades fonológicas de nível superior. O programa de pesquisa que se segue é ilustrado com exemplos de português adulto e infantil, de modo a permitir a discussão sobre a atual lacuna entre a teoria fonológica e a pesquisa de aquisição de linguagem