Similaridades dos sinais e sintomas apresentados nas disfonias funcionais psicogênicas e nas disfonias com suspeita de simulação: diagnóstico diferencial

Autores

  • Fernanda Bastos Ferreira de Andrade
  • Renata Azevedo

Palavras-chave:

voz, disfonia funcional, diagnóstico

Resumo

Objetivo: verificar quais são os comportamentos vocais e dados de anamnese característicos de pacientes que apresentam disfonia com indícios de simulação, comparando-os aos sujeitos com o diagnóstico de disfonia funcional psicogênica. Método: participaram da pesquisa dez sujeitos, nove do gênero feminino e um do gênero masculino com queixa de alteração vocal. Desses, seis sujeitos possuem diagnóstico médico otorrinolaringológico de disfonia funcional psicogênica e os demais possuem diagnóstico indefinido suspeito de simulação. Todos os participantes foram submetidos à avaliação do comportamento vocal, à aplicação de protocolo para diagnóstico diferencial, avaliação otorrinolaringológica e encaminhamento para avaliação psiquiátrica. Resultados: dos sujeitos que participaram deste estudo, os seis com diagnóstico de disfonia funcional psicogênica são do gênero feminino e dos quatro com diagnóstico indefinido com suspeita de simulação, três são do gênero feminino e um masculino. Nos casos sem definição diagnóstica, com suspeita de simulação, houve presença de alteração laríngea (fenda paralela e fusiforme, sulco bilateral e vasculodisgenesia) em três sujeitos. Outros dados presentes incluem início gradual do quadro disfônico, impaciência, sudorese excessiva ou nervosismo durante a avaliação e solicitação de relatório para perícia. Já nos sujeitos com diagnóstico de disfonia funcional psicogênica, quatro apresentam exame laríngeo sem alteração. Outros aspectos diferenciais incluem início brusco do quadro disfônico, ausência de nervosismo, impaciência e ou sudorese excessiva no momento da avaliação. Encontramos flutuação excessiva e incongruência de sintomas, tanto nos sujeitos com disfonia funcional psicogênica como nos supostos casos de simulação. Conclusão: o diagnóstico diferencial entre a disfonia funcional psicogênica e disfonia sem diagnóstico definido com indícios de simulação é sutil devido à similaridade apresentada entre os sinais e sintomas. Na avaliação de um quadro disfônico com suspeita de simulação, faz-se necessária uma observação clínica mais acurada, especialmente no que se refere à incongruência dos sintomas.

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Biografia do Autor

Fernanda Bastos Ferreira de Andrade

Fonoaudióloga, especialização em Distúrbios da Comunicação Humana: Campo Fonoaudiológico pela Unifesp – Escola Paulista de Medicina e especialização em Distúrbios da Comunicação Humana: Área Voz pela Unifesp – Escola Paulista de Medicina.

Renata Azevedo

Fonoaudióloga, doutora em Ciências dos Distúrbios da Comunicação Humana pela Unifesp – Escola Paulista de Medicina, professora visitante da Unifesp – Escola Paulista de Medicina e professora do Curso de Fonoaudiologia da UniFMU.

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