Caracterização da fonoarticulação e sua relação com a disfagia em pacientes com disartrofonia em um hospital oncológico

Autores

  • Lívia Fernandes Barata
  • Lyudmilla Sperandio Miguel
  • Simone Aparecida Claudino da Silva
  • Elisabete Carrara-de Angelis

Palavras-chave:

qualidade de vida, distúrbios da voz, transtornos de deglutição

Resumo

Tema: A disartrofonia caracteriza-se por sintomas motores que influenciam o padrão vocal, articulatório e de deglutição que trazem um impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos, principalmente, em seu contexto social. Objetivo: Descrever os achados da fonoarticulação e da deglutição em pacientes com disartrofonia atendidos em um hospital oncológico. Método: Trata-se de um estudo clínico-qualitativo, descritivo, retrospectivo, envolvendo 12 pacientes (7 mulheres e 5 homens), idade média de 50 anos (10-88 anos), com diagnóstico clínico de disartrofonia. Foram analisadas amostras de gravações com vogal sustentada, fala encadeada, fala espontânea e provas de diadococinesia fonoartiulatória na caracterização das disartrofonias. A deglutição foi avaliada por meio do diagnóstico videofluoroscópico, de acordo com o grau de severidade da disfagia. Resultados: Com relação às habilidades comunicativas, 42% dos pacientes apresentaram qualidade vocal tensa, 50% redução da velocidade de fala, 83% alteração na naturalidade, 50% comprometimento na inteligibilidade de fala, 58% alteração da fluência. Observou-se alta taxa de incoordenação pneumofonoarticulatória (67%), presença de hipernasalidade (42%) e severa imprecisão articulatória, nos casos analisados. A maior incidência da disfagia foi encontrada em pacientes com disartrofonia hipocinética e mista moderada (com componentes hipocinéticos e atáxicos), sendo 34% com disfagia orofaríngea neurogênica discreta. Conclusão: As características vocais dos pacientes com disartrofonia em um hospital oncológico são decorrentes de diferentes etiologias e demonstram grande variação de apresentação. Os distúrbios de deglutição também se fi zeram presentes e demonstram alta variabilidade em relação aos seus achados videofluoroscópicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Lívia Fernandes Barata

Fonoaudióloga Clínica; Mestranda em Ciências na Área de Oncologia pelo Hospital AC Camargo – Fundação Antônio Prudente; Especialista em Motricidade Orofacial em Oncologia pelo Hospital A. C. Camargo (aluna bolsista) e em Voz pelo Centro de Estudos da Voz – CEV.

Lyudmilla Sperandio Miguel

Fonoaudióloga Clínica; Especialização na área de Motricidade Orofacial em Oncologia pelo Hospital A. C. Camargo; Residente em Fonoaudiologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de fora CES/JF.

Simone Aparecida Claudino da Silva

Fonoaudióloga Clínica; Mestre em Ciências na Área de Oncologia pelo Hospital AC Camargo – Fundação Antônio Prudente; Titular do Departamento de Fonoaudiologia do Hospital A. C. Camargo.

Elisabete Carrara-de Angelis

Fonoaudióloga Clínica; Mestre e Doutora em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo – EPM. Diretora do Departamento de Fonoaudiologia do Centro de Tratamento e Pesquisa Hospital A. C. Camargo.

Downloads

Edição

Seção

Artigos