Recusa de via natural de alimentação após reabilitação funcional da disfagia em contexto hospitalar: implicações biopsíquicas
Palavras-chave:
Disfagia, Fonoaudiologia, Assistência HospitalarResumo
Introdução: Este artigo discute aspectos orgânicos e psíquicos em quadros disfágicos, que influenciam no processo terapêutico fonoaudiológico realizado em ambiente hospitalar. Tanto o fonoaudiólogo quanto a equipe hospitalar, conforme determinam políticas de saúde atuais, devem buscar aportes teóricos e técnicos que permitam escuta clínica atenta às questões e ao sofrimento dos pacientes, tornando-os ativos no processo terapêutico, humanizando o atendimento. Assim, deve-se tratar o sujeito e não apenas os aspectos miofuncionais da disfagia. Olhar humanizado não implica em desconsiderar questões orgânicas importantes ao prognóstico e ao tratamento da disfagia. Significa reconhecer a singularidade dos sujeitos, utilizando estratégias necessárias em cada caso, respeitando o tempo e os modos pelos quais os pacientes significam e enfrentam suas demandas.Objetivo: Responder a seguinte indagação: Por que alguns pacientes em condições para iniciar uma dieta via oral (VO) não conseguem fazê-lo ou resistem a ela? Método: O design é de um estudo de caso clínico. Foram estudados dois pacientes adultos que, entre outros agravos, tinham disfagia e que, após reabilitação funcional da alimentação por VO, seguiram recusando a via natural de alimentação. Resultados/Discussão: Com apoio da equipe do hospital, abriu-se espaço aos pacientes para falarem de suas representações e sentimentos, o que permitiu compreender a recusa alimentar, bem como constituir condições para superarem tal dificuldade de alimentação. Conclusão: O fonoaudiólogo deve articular as dimensões orgânicas e psíquicas no tratamento de pacientes disfágicos, pois a oralidade depende também de determinação simbólica: a boca é lugar de alimentação, mas também de palavras e afetos.Downloads
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