Potencial evocado auditivo de longa latência-verbal e ganho cortical em indivíduos com zumbido
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2025v37i2e70256Palavras-chave:
Zumbido, Potenciais Evocados Auditivos, Adulto, Sistema Nervoso Central, Córtex auditivoResumo
Objetivo: Analisar se a presença do zumbido pode alterar as amplitudes e a relação das ondas P2/P1 no Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL) cortical com estímulo verbal em adultos jovens. Metodologia: estudo observacional de corte transversal analítico, com amostra de conveniência composta por pacientes escolarizados, destros, sem perda auditiva e sem queixas auditivas além do zumbido. Foram excluídos pacientes em tratamento farmacológico para o zumbido ou com quadros que pudessem comprometer a pesquisa. Participaram 20 indivíduos divididos em dois grupos: grupo estudo (GE) [7 mulheres/ 5 homens de 19-35 anos (média= 24 anos), foram avaliadas 11 orelhas direita e 12 orelhas esquerdas; 11 casos de zumbido bilateral e 1 caso de zumbido unilateral na OE]; grupo controle (GC) [5 mulheres/ 3 homens de 19-35 anos (média= 25 anos); foram avaliadas 8 orelhas direitas e 8 orelhas esquerdas. Todos os indivíduos submeteram-se a avaliações: audiológica básica, processamento auditivo central, neuropsicológica, emissões otoacústicas transientes, potencial evocado auditivo de tronco encefálico e, como procedimento de pesquisa, o PEALL. A análise dos dados foi realizada por meio do teste U de Mann-Whitney, adotando p-valor ≤0,05. Resultados: Foram observadas diferenças estatisticamente significantes somente para componente P2 na orelha esquerda, com valores médios de 4,42 para o grupo controle e 6,39 para o grupo estudo (p-valor= 0,017). Conclusão: A presença do zumbido em adultos jovens com audiometria normal esteve associada a maior amplitude do componente P2 no PEALL com estímulo verbal, especificamente na orelha esquerda. Contudo, não foram observadas alterações significativas na relação P2/P1 entre os grupos.
Downloads
Referências
Onishi ET, Coelho CC, Oiticica J, Figueiredo RR, Guimarães RC, Sanchez TG, et al. Tinnitus and sound intolerance: evidence and experience of a Brazilian group. Braz J Otorhinolaryngol. 2018; 84(2): 135-49. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2017.12.002
Sanchez TG, Ferrari GMS. O controle do zumbido por meio de prótese auditiva: sugestões para otimização do uso. Pró-Fono Rev Atual Cient. 2002;14(1):11-8.
Moreira HG, Bruno RS, Oppitz SJ, Sanfins MD, Garcia MV. Zumbido crônico: análise das contribuições clínicas de diferentes avaliações audiológicas. Audiol Commun Res. 2022; 27: e2660. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2022-2660pt
Sedley W. Tinnitus: Does Gain Explain? Neuroscience. 2019; 407: 213-28. https://doi.org/10.1016/j.neuroscience.2019.01.027
Sadeghijam M, Moossavi A, Akbari M. Does tinnitus lead to chaos? Braz J Otorhinolaryngol. 2021; 87(2):125-6. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2020.11.022
Azevedo AA, Figueiredo RR, Penido NO. Tinnitus and event related potentials: a systematic review. Braz J Otorhinolaryngol. 2020; 86(1):119-26. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2019.09.005
Lu J, West MB, Du X, Cai Q, Ewert DL, Cheng W, et al. Electrophysiological assessment and pharmacological treatment of blast-induced tinnitus. PLoS One. 2021;16(1): e0243903. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0243903
Milloy V, Fournier P, Benoit D, Noreña A, Koravand A. Auditory brainstem responses in tinnitus: a review of who, how, and what? Front Aging Neurosci. 2017; 9: 237. https://doi.org/10.3389/fnagi.2017.00237
Konadath S, Manjula P. Auditory brainstem response and late latency response in individuals with tinnitus having normal hearing. Intractable Rare Dis Res. 2016; 5(4): 262-8. https://doi.org/10.5582/irdr.2016.01053
Matas CG, Silva FBL, Carrico B, Leite RA, Magliaro FCL. Potenciais evocados auditivos de longa latência em campo sonoro em crianças audiologicamente normais. Audiol Commun Res. 2015; 20(4): 305-12. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2014-1525
Simões HO, Frizzo ACF, Zanchetta S, Hyppolito MA, Reis ACMB. Variables in P300 recording: task type and electrode position. CoDAS. 2016; 28(4): 355-61 https://doi.org/10.1590/2317-1782/20162015189
Oppitz SJ, Didoné DD, Silva DD, Gois M, Folgearini J, Ferreira GC, et al. Long-latency auditory evoked potentials with verbal and nonverbal stimuli. Braz J Otorhinolaryngol. 2015; 81(6): 647-52. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.10.005
Conselho Federal de Fonoaudiologia. Guia de orientação na avaliação audiológica. Brasília: CFFa; 2020 [acesso em 28 abr 2025]. Disponível em: https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2020/09/CFFa_Manual_Audiologia-1.pdf
Fonseca RP, Salles JF, Parente MAP. Instrumento de avaliação neuropsicológica breve NEUPSILIN. São Paulo: Vetor; 2009.
Sanguebuche TR, Peixe BP, Garcia MV. Behavioral tests in adults: reference values and comparison between groups presenting or not central auditory processing disorder. Rev CEFAC. 2020; 22(1): e13718. https://doi.org/10.1590/1982-0216/202022113718
Pereira LD, Schochat E. Testes auditivos comportamentais para avaliação do processamento auditivo central. São Paulo: Pró-Fono; 2011. p. 82.
Braga BHC, Pereira LD, Dias KZ. Normality tests of temporal resolution: random gap detection test and gaps-in-noise. Rev CEFAC. 2015;17(3): 836-46. https://doi.org/10.1590/1982-021620158114
Academia Brasileira de Audiologia. Fórum de diagnóstico audiológico. In: 31º Encontro Internacional de Audiologia; 2016; São Paulo. São Paulo: ABA; 2016 [acesso em 28 abr 2025]. Disponível em: http://www.audiologiabrasil.org.br/31eia/pdf/forum_f.pdf.
Sousa LCAD, Piza MRDT, Alvarenga KDF, Cóser PL. Emissões otoacústicas (EOA). In: Sousa LCAD, Piza MRDT, Alvarenga KDF, Cóser PL, editores. Eletrofisiologia da audição e emissões otoacústicas: princípios e aplicações clínicas. 3. ed. São Paulo: Book Toy; 2008. p. 109-45.
Webster R. The auditory brainstem response (ABR): a normative study using the intelligent hearing system’s smart evoked potential system [tese]. Towson (MD): Towson University; 2017.
Bruno RS, Oppitz SJ, Garcia MV, Biaggio EPV. Potencial evocado auditivo de longa latência: diferenças na forma de contagem do estímulo raro. Rev CEFAC. 2016;18(1):14-26. https://doi.org/10.1590/1982-021620161816415
Frizzo ACF, Advíncula KP. Potenciais evocados auditivos de longa latência. In: Menezes PL, Andrade KCL, Frizzo ACF, Carnaúba ATL, Lins OG, editores. Tratado de eletrofisiologia para audiologia. 1. ed. São Paulo: Book Toy; 2018. p. 139-50.
Ranjbar N, Shahbazi A, Arefi HN, Zade NN, Nazari MA, Jafarzad S. Changes in late-latency auditory evoked potentials after tinnitus suppression using auditory stimulation. Braz J Otorhinolaryngol. 2022; 88(Suppl 3): S130-S8. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2022.09.005
Santos Filha VAV, Gentile C. Potenciais evocados auditivos tardios em indivíduos com queixa de zumbido. Braz J Otorhinolaryngol. 2010; 76(2): 263-70. https://doi.org/10.1590/S1808-86942010000200019
Attias J, Urbach D, Gold S, Shemesh Z. Auditory event-related potentials in chronic tinnitus patients with noise-induced hearing loss. Hear Res. 1993;73(1):106-13. https://doi.org/10.1016/0378-5955(93)90026-w
Alonso-Valerdi LM, et al. Comparative analysis of acoustic therapies for tinnitus treatment based on auditory event-related potentials. Front Neurosci. 2023; 17:1059096. https://doi.org/10.3389/fnins.2023.1059096
Chen YC, et al. Tinnitus and hyperacusis: contributions of paraflocculus, reticular formation and stress. Hear Res. 2017; 349: 208-27. https://doi.org/10.1016/j.heares.2017.03.005
Morse K, Vander Werff KR. Onset-offset cortical auditory evoked potential amplitude differences indicate auditory cortical hyperactivity and reduced inhibition in people with tinnitus. Clin Neurophysiol. 2023; 149: 223-33. https://doi.org/10.1016/j.clinph.2023.02.164
Cardon E, Vermeersch H, Joossen I, Jacquemin L, Mertens G, Vanderveken OM, et al. Cortical auditory evoked potentials, brain signal variability and cognition as biomarkers to detect the presence of chronic tinnitus. Hear Res. 2022; 420: 108489. https://doi.org/10.1016/j.heares.2022.108489
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Hélinton Goulart Moreira, Fabiana Cristina Toillier, Larissa Coradini, Bruna Ribas Maia, Rubens Jonatha dos Santos Ferreira, Michele Vargas Garcia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.