Transtornos da linguagem oral em adultos e idosos

relação entre a gravidade do transtorno e desempenho em tarefas linguísticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2724.2025v37i3e71305

Palavras-chave:

Afasia, Transtornos da Comunicação, Cognição, Neuropsicologia, Transtornos da Linguagem

Resumo

A linguagem é uma função cognitiva complexa em que estão envolvidos processos de compreensão e produção comunicacionais. Objetivo: Verificar a relação entre a gravidade do transtorno de linguagem e o desempenho nas tarefas linguísticas em adultos e idosos com transtornos da linguagem oral. Metodologia: Foi realizado um estudo quantitativo transversal retrospectivo executado no serviço de fonoaudiologia do ambulatório de neurologia de um hospital, com participantes maiores de 18 anos, com o diagnóstico fonoaudiológico de transtorno da linguagem oral. Foram obtidos os dados sociodemográficos e clínicos dos participantes, assim como o desempenho em tarefas de linguagem oral da Bateria Montreal Toulouse de Avaliação da Linguagem e a escala de severidade da afasia de Boston. Os dados foram analisados utilizando o teste de correlação de Spearman. Resultados: A amostra final do estudo foi composta por 18 participantes, com idades entre 33 e 75 anos, com os seguintes diagnósticos fonoaudiológicos: afasias clássicas (global, de Wernicke, de Broca e anômica), afasia progressiva primária (variantes logopênica e semântica), transtorno cognitivo da comunicação, e transtorno de linguagem não afásico. Houve relação estatisticamente significativa entre a severidade da afasia e todas as tarefas de linguagem avaliadas, exceto a compreensão oral de palavras. O artigo discute as tarefas que demonstraram relação mais relevante com a severidade. Conclusão: Praticamente todas as habilidades linguísticas investigadas possuem relação com o grau da severidade do transtorno, demonstrando a importância destas habilidades para o diagnóstico e reabilitação fonoaudiológica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Paula Arruda Estery, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Fonoaudióloga formada pela UFCSPA.

Ananda Ramos-Pereira, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Possui graduação em Fonoaudiologia pela Universidade Feevale (2008), Mestrado em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2011), cursos de especialização, aperfeiçoamento e formação continuada na área de linguagem, fala, processamento auditivo e fonoaudiologia hospitalar. É doutoranda do PPG - Ciência da Reabilitação da UFCSPA na linha de pesquisa Reabilitação Neurológica (2023).

Bárbara Costa Beber, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Possui graduação em Fonoaudiologia pela UFSM (2005), é especialista em Fonoaudiologia pela UFSM (2007), mestre em Distúrbios da Comunicação Humana pela UFSM (2009) e doutora em Medicina: Ciências Médicas pela UFRGS (2014), com estágio de doutorado no Memory and Aging Center, University of California, San Francisco. É uma Atlantic Fellow for Equity in Brain Health, com fellowship pós-doutoral no Global Brain Health Institute (Trinity College Dublin). É professora adjunta do departamento de fonoaudiologia da UFCSPA na área linguagem do adulto, e professora do quadro permanente do PPG Ciências da Reabilitação da UFCSPA, linha de pesquisa Fundamentos da Reabilitação Neurológica. Coordena o Grupo de Pesquisas e Estudos em Linguagem e Cognição do Adulto (LinCog-Ufcspa).

Referências

Parente MAMP, Fonseca RP, Pagliarin KC, Barreto SS, Soares-Ishigaki ECS, Hübner LC et al. Coleção MTL Brasil - Bateria Montreal Toulouse de Avaliação da Linguagem. 1 ed. São Paulo: Vetor; 2016.

Beber BC. Proposta de apresentação da classificação dos transtornos de linguagem oral no adulto e no idoso. Distúrb Comun. Março, 2019; 31(1): 160-9. doi: https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/36049

Sheppard SM, Sebastian R. Diagnosing and managing post-stroke aphasia. Expert Rev Neurother. Feb, 2021; 21(2): 221-34. doi: 10.1080/14737175.2020.1855976

La Peña, MMJ de, Vicente, LG, Cobos, RG, & Vega, VM de. Correlación neurorradiológica de las afasias. Mapa cortico-subcortical del lenguaje. Radiología. Maio, 2018; 60(3), 250–61. doi: https://doi.org/10.1016/J.RX.2017.12.008

Vieira KR, Carvalho ACR de, Miotto EC. Revisão de intervenções cognitivas em pacientes com Afasia Progressiva Primária. Rev Neurocienc. Outubro, 2021; 29:1-25. doi: https://doi.org/10.34024/rnc.2021.v29.12122

Basagni B, Pancani S, Pellicciari L, Gemignani P, Salvadori E, Marignani S et al. Funções cognitivas extralinguísticas envolvidas no Token Test: resultados de uma coorte de pacientes com AVC não afásico com lesão no hemisfério direito. Behav Sci. Dezembro, 2022;12(12):1-12. https://doi.org/10.3390/bs12120494

Savarimuthu A, Ponniah RJ. A Slip Between the Brain and the Lip: Working Memory and Cognitive-Communication Disorders. J Psycholinguist Res. Aug, 2023; 52(4):1237-48. doi: 10.1007/s10936-023-09946-3.

Togher L, Douglas J, Turkstra LS, Welch-West P, Janzen S, Harnett A et al. INCOG 2.0 Guidelines for Cognitive Rehabilitation Following Traumatic Brain Injury, Part IV: Cognitive-Communication and Social Cognition Disorders. J Head Trauma Rehabil. Fev, 2023; 38(1): 65-82. doi: 10.1097/HTR.0000000000000835

SAÚDE: Campanha alerta para tratamento do AVC na pandemia. AMB. [Acesso em 20 Mar 2025]. Disponível em: https://amb.org.br/amb/saudecampanha-alerta-para-tratamento-do-avc-na-pandemia/

Sociedade Brasileira de AVC: Números do AVC no Brasil e no Mundo. [Acesso em 29 Mar 2025]. Disponível em: https://avc.org.br/sobre-a-sbavc/numeros-do-avc-no-brasil-e-no-mundo/

Vitti E, Hillis AE. Treatment of post-stroke aphasia: A narrative review for stroke neurologists. Int J Stroke. Dez, 2021;16(9):1002-8. doi:10.1177/17474930211017807

Bullier B, Cassoudesalle H, Villain M, Cogné M, Mollo C, Gabory I de et al. New factors that affect quality of life in patients with afasia. Annals of Physical and Rehabilitation Medicine. Jan, 2020; 63(1): 33-7. doi:https://doi.org/10.1016/j.rehab.2019.06.015.

Goodglass H, Kaplan E, Brand S, Barresi B. The Boston diagnostic aphasia examination (BDAE). Philadelphia, Pa: Lippincott Williams; 2000.

Altmann RF, Ortiz KZ, Moraes DAO, Pagliarin KC. Brief Montreal-Toulouse Language Assessment Battery: validity and reliability. Journal of Clinical Practice in Speech-Language Pathology. Jun, 2024; 26(2): 218–33. doi: https://doi.org/10.1080/22000259.2024.2359366

Ferreira JA. Desempenho Pré E Pós-Tratamento Fonoaudiológico Em Grupo De Pacientes Afásicos [Monografia]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2019. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/202389

Miot HA. Análise de Correlação em estudos Clínicos e Experimenrais. J Vasc Bras. Dez, 2018; 17(4): 275-9. doi: https://doi.org/10.1590/1677-5449.17411

Caminha L dos S, Mazuroski Junior A. Afasia Pragmática: Cérebro, Linguagem e Comunicação. Muitas Vozes. Março, 2022;10:1-17. doi: https://revistas.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/view/20062

Grasso SM, Berstis K, Mendez KS, Keegan-Rodewald WR, Wauters LD, Europa E et al. Investigating changes in connected speech in nonfluent/agrammatic primary progressive aphasia following script training. Cortex. Fev 2025;183: 193-210. doi: https://doi.org/10.1016/j.cortex.2024.09.019.

Yeste-Fernández MJ. Terapia asistida con animales en un caso de afasia de Broca. [Dissertação]. Jaén (Espanha): Universidad de Jaén; 2019. Disponível em: https://hdl.handle.net/10953.1/11775

Shah-Basak P, Boukrina O, Li XR, Jebahi F, Kielar A. Targeted neurorehabilitation strategies in post-stroke aphasia. Restor Neurol Neurosci. Nov, 2023; 41(3-4), 129–191 https://doi-org.ez41.periodicos.capes.gov.br/10.3233/RNN-231344

Madden EB, Torrence J, Kendall DL. Cross-modal generalization of anomia treatment to reading in aphasia. Aphasiol. 11 Mar 2020; 35(7),875-99. doi: https://doi.org/10.1080/02687038.2020.1734529

Jesus FV. Praxias orofaciais não-verbais nas perturbações dos sons da fala: prática de terapeutas da fala portugueses. [Dissertação]. Porto (Portugal): Universidade Fernando Pessoa; 2019. Disponível em: http://hdl.handle.net/10284/7709

Sampaio NFS, Lacerda M dos A. A repetição na linguagem de MM: uma discussão à luz da Neurolinguística Discursiva. RO. Setembro, 2017; 2(2):113-32. doi: https://periodicos.ufrn.br/odisseia/article/view/12271

Fong MWM, Patten RV, Fucetola RP. The Factor Structure of the Boston Diagnostic Aphasia Examination, Third Edition. J Int Neuropsychol Soc. Aug, 2019; 25(7): 772-6. doi: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31030708/

Akashi DA, Ortiz KZ. Formal language assessment in low-educated healthy subjects. Dement neuropsychol. Jul, 2018: 12(3): 284–91. doi: https://doi.org/10.1590/1980-57642018dn12-030009

Pereira A, Ortiz KZ. Language skills differences between adults without formal education and low formal education. Psicol Refl. Crít. Jan, 2022; 35(4): 1-9. https://doi.org/10.1186/s41155-021-00205-9.

Ortiz KZ, Lira JO de, Minett TSC, Bertolucci PHF. Language impairments in Alzheimer´s disease: What changes can be found between mild and moderate stages of the disease? Clinics. May, 2024; 79(1): 1-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.clinsp.2024.100412.

Publicado

2025-08-19

Edição

Seção

Artigos