Análise das relações entre diagnóstico de risco gestacional inferido e risco para alterações no desenvolvimento de linguagem
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2025v37i3e71427Palavras-chave:
Saúde materno-infantil, Saúde infantil, Gravidez de alto risco, Linguagem infantilResumo
Introdução: Apesar dos avanços nos indicadores de saúde e em políticas públicas direcionadas à população infantil, desigualdades persistem e necessitam ser abordadas. Objetivo: analisar os riscos materno-infantis, classificar o risco gestacional e investigar o impacto desses fatores nos distúrbios de linguagem em crianças e adolescentes. Método: foram selecionados, por meio de uma amostra de conveniência acrescida da técnica de snowball, 100 crianças/adolescentes com queixa fonoaudiológica; os responsáveis foram contatados via telefone em função do contexto pandêmico. Levantaram-se informações de saúde pré-natais, neonatais e pós-natais, e dados sobre o desenvolvimento de linguagem, utilizando o instrumento construído especificamente para este estudo. Resultados: constatou-se uma significativa imprecisão da classificação de risco gestacional autorreferida em relação ao diagnóstico durante a assistência pré-natal. Os fatores de risco de maior prevalência foram prematuridade, peso inadequado, diabetes gestacional, situação conjugal insegura, transtornos mentais, doenças infecciosas, uso de álcool e drogas, violência doméstica, intercorrência neonatal e pós-natal. Conclusão: os dados sugerem que os riscos materno-infantis têm impacto no distúrbio de linguagem e relevância na constatação da fragilidade do cuidado durante a gestação, repercutindo na qualidade da saúde materna- infantil.
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