Potencial evocado auditivo de tronco encefálico em lactentes com citomegalovírus congênito
resultados preliminares de um estudo de caso-controle
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2025v37i3e71431Palavras-chave:
Citomegalovírus, Audição, Audiologia, Transtornos da Audição, FonoaudiologiaResumo
Introdução: O citomegalovírus congênito é a infecção congênita apontada como principal indicador de risco para perdas auditivas do tipo sensorioneural, sendo uma das infecções do acrônimo TORCH. Recomenda-se, então, que lactentes com o diagnóstico, realizem o monitoramento audiológico ao longo dos primeiros anos de vida. A via auditiva do tronco encefálico encontra-se em processo maturacional nos dois primeiros anos de vida, sendo o acompanhamento das suas respostas um marcador neurofisiológico. Objetivo: O objetivo do estudo foi comparar a integridade neurofisiológica da via auditiva do tronco encefálico de lactentes com citomegalovírus congênito pareados com lactentes sem a infecção ou outros indicadores de risco para deficiência auditiva. Metodologia: Estudo de caso-controle. A amostra foi constituída por oito lactentes com citomegalovírus congênito sem outros indicadores de risco para deficiência auditiva pareados com oito lactentes do grupo controle, pelo sexo, idade e escolaridade maternas. Foi realizado o potencial evocado auditivo de tronco encefálico com estímulo clique na intensidade de 80 dB nNA e analisado os valores de latência e amplitude das ondas I, III e V; os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V. Os grupos foram comparados quanto às variáveis estudadas com o Teste Mann-Whitney, sendo adotado significância de 5%. Resultados: Na comparação entre os grupos não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na latência e amplitude absoluta das ondas I, III e V, bem como nos intervalos interpicos I-III, III-V e I-V. Conclusão: Estes resultados preliminares evidenciaram não haver comprometimento das vias auditivas do tronco encefálico em lactentes com citomegalovírus congênito na amostra estudada.
Downloads
Referências
Leung KKY, Hon KL, Yeung A, Leung AKC, Man E. Congenital infections in Hong Kong: an overview of TORCH. Hong Kong Med J. 2020; v. 26, n. 2, p. 127-38.
James SH, Kimberlin DW. Advances in the prevention and treatment of congenital cytomegalovirus infection. Curr Opin Pediatr. 2016; v. 28, n. 1, p. 81-5.
Fowler KB. Congenital cytomegalovirus infection: audiologic outcome. Clin Infect Dis. 2013; v. 57, n. suppl_4, p. 182-4.
Schleiss MR. Congenital cytomegalovirus: Impact on child health. Contemp Pediat. 2018; v. 35, n. 7, p. 16.
Goderis J, Leenheer E, Smets K, Van Hoecke H, Keymeulen A, Dhooge I. Hearing loss and congenital CMV infection: a systematic review. Pediatrics. 2014; v. 134, n. 5, p. 972-82.
Nakatsui CS, Carvalho RAP, Muniz CL, Soares GDL, Souza VLB, Leptich MM, et al. Perspectivas atuais e desfechos clínicos da perda auditiva neurossensorial na infância associada a infecção congénita por citomegalovirus. Asclepius Int. J. Sci. Health Sci. 2025 v. 4, n.4, p. 134-41.
Wang Y, Geng M, Zhang H, Ping K. Effects of cytomegalovirus infection on infants’ hearing and speech development. J Clin Otorhinolaryngol Head Neck Surg (China). 2022; v.36, n. 3:, p. 163-6. doi: https://doi.org/10.13201/j.issn.2096-7993.2022.03.001
JCHI. Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, 2019. [Acesso em: 19 out. 2023] Disponível em: https://digitalcommons.usu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1104&context=jehdi
Matas CG, Magliaro FCL. Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. In:. Boéchat EM, Menezes PL, Couto CM, Frizzo ACF, Scharlach RC, Anastasio ART. Tratado de Audiologia - 2ª Edição. São Paulo. Editora Santos; 2015. P 118-25
III Fórum Brasileiro de Otoneurologia. Exames otoneurológicos parte II: evidências científicas dos exames complementares e definições das síndromes vestibulares. ABORL-CCF. [Acesso em: 19 out. 2023] Disponível em: https://aborlccf.org.br/wp-content/uploads/2023/01/iii_forum_otoneurologia-final.pdf
Jerger J., Jerger S.,Mauldin L. Studies in impedance audiometry: I. Normal and sensorineural ears. Arch Otolaryngol. 1972; v. 96, n. 6, p. 513-23. doi:10.1001/archotol.1972.00770090791004
Casali RL; Santos MFC. Auditory Brainstem Evoked Response: response patterns of fullterm and premature infants. Braz J Otorhinolaryngol. 2010; v. 76, p. 729-38. doi:10.1590/S1808-86942010000600011
Rosa LAC, Suzuki MR, Angrisani RG, Azevedo MF. Auditory Brainstem Response: reference-values for age. CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2014. v. 26, n.2, p. 117-21. doi: 10.1590/2317-1782/2014469
Gorga MP, Kaminski JR, Beauchaine KL, Jesteadt W, Neely ST. Auditory brainstem responses from children three months to three years of age: normal patterns of response II. J Speech Lang Hear Res. 1989; v. 32, n. 2, p. 281-8. doi:10.1044/jshr.3202.281
Goderis J, Keymeulen A, Smets K, Van Hoecke H, Leenheer E, Boudewyns A et al. Hearing in children with congenital cytomegalovirus infection: results of a longitudinal study. J Pediatr. 2016; v. 172, p. 110-5. doi: 10.1016/j.jpeds.2016.01.024
Yamada H, Tanimura K, Fukushima S, Fujioka K, Deguchi M, Sasagawa Y, et al. A cohort study of the universal neonatal urine screening for congenital cytomegalovirus infection. J Infect Chemother. 2020; v. 26, n. 8, p. 790-4. doi:10.1016/j.jiac.2020.03.009
Morimoto C, Nishikubo T, Nishimura T, Onishi T, Takeyama M, Uchida Y et al. Late‐onset and congenital hearing loss detected using AABR due to congenital cytomegalovirus infection that improved with valganciclovir. Congenit Anom (Kyoto). 2023; v. 63, n. 2, p. 40-3. doi: 10.1111/cga.12501
Silva BO. Potencial evocado auditivo de tronco encefálico em lactentes com sífilis congênita. [Trabalho de Conclusão de Curso]. Natal (RN): Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Curso de Fonoaudiologia, 2021.
Sideri KP. Estudo da audição em recém-nascidos expostos verticalmente ao Zika Vírus sem microcefalia. [Dissertação de mestrado]. Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas. Faculdade De Ciências Médicas, 2019.
Lamounier P, Garcia JL, Cascudo NCM, Freitas LB, Bernardes MND, Junior JCRC, et al. Perda auditiva associada a manifestações neurológicas do citomegalovírus congênito: relato de caso. Braz J Dev. 2021; v. 7, n. 3, p. 26306-13. doi: 10.34117/bjdv7n3-366
Jerger J, Hayes D. The cross-check principle in pediatric audiometry. Arch Otolaryngol. 1976; v. 102, n. 10, p. 614-20. doi: 10.1001/archotol.1976.00780150082006
OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Prevention of blindness and deafness. 2020. [Acesso em: 04 nov. 2023]. Disponível em: http://www.who.int/publications-detail/basic- -ear-and-hearing-care-resource.
Chung PK, Schornagel F, Oudesluys-Murphy AM, Vries LS, Soede W, van Zwet E, et al. Targeted screening for congenital cytomegalovirus infection: clinical, audiological and neuroimaging findings. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2023; v. 108, n. 3, p. 302-8. doi:10.1136/archdischild-2022-324699
Bilavsky E, Shahar-Nissan K, Pardo J, Attias J, Amir J. Hearing outcome of infants with congenital cytomegalovirus and hearing impairment. Arch Dis Child. 2016; v. 101, n. 5, p. 433-8. doi:10.1136/archdischild-2015-309154
Dollard SC, Grosse SD, Ross DS. New estimates of the prevalence of neurological and sensory sequelae and mortality associated with congenital cytomegalovirus infection. Rev Med Virol. 2007; v. 17, n. 5, p. 355-63. Doi: 10.1002/rmv.544
BSA. BRITISH SOCIETY OF AUDIOLOGY (2021), Guidelines for the Early Audiological Assessment and Management of Babies Referred from the Newborn Hearing Screening Programme. [ Acesso em: 12 nov. 2023] Disponível em: https://www.thebsa.org.uk/resources/
Fowler KB, McCollister FP, Dahle AJ, Boppana S, Britt WJ, Pass RF. Progressive and fluctuating sensorineural hearing loss in children with asymptomatic congenital cytomegalovirus infection. J Pediatr. 1997; v. 130, n. 4, p. 624-30. doi: 10.1016/S0022-3476(97)70248-8
Iwasaki S, Yamashita M, Maeda M, Misawa K, Mineta H. Audiological outcome of infants with congenital cytomegalovirus infection in a prospective study. Audiol Neurotol. 2006; v. 12, n. 1, p. 31-6. doi: 10.1159/000096156
Rohren L, Shanley R, Smith M,; Yue M, Huang T, Nelson P et al. Congenital Cytomegalovirus-Associated Sensorineural Hearing Loss in Children: Identification Following Universal Newborn Hearing Screening, Effect of Antiviral Treatment, and Long-Term Hearing Outcomes. Ear Hear. 2024; v. 45, n.1, p. 198-206. doi: 10.1097/AUD.0000000000001411
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Viviane Ferreira, Aryelly Nunes, Sheila Balen

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.