Fones de inserção: um estudo em crianças com e sem perda auditiva

Resumo

Objetivo: Comparar os limiares auditivos obtidos com fones supra-aurais e de inserção em crianças com audição normal e com deficiência auditiva. Material e Método: Foram avaliadas 20 crianças, sendo 10 audiologicamente normais e 10 deficientes auditivas neurossensorais bilateral de qualquer grau e configuração audiométrica, de ambos os sexos com idades entre 5 e 9 anos, com curvas timpanométricas tipo A e que não apresentavam síndromes e/ou comprometimentos neurológicos e/ou cognitivos aparentes. Os indivíduos foram submetidos a anamnese, meatoscopia e audiometria tonal e logoaudiometria com ambos os fones supra-aural (TDH-39) e de inserção (ER-3A) numa mesma sessão. Resultados: Quanto às variáveis lado da orelha, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes ao comparar os transdutores tanto nas crianças audiologicamente normais como nas deficientes auditivas. Ao comparar os limiares obtidos com ambos os transdutores verificou-se que nas crianças audiologicamente normais, nas freqüências de 250 Hz e 500 Hz, os limiares auditivos obtidos por via aérea foram menores quando utilizado o fone de inserção (ER-3A). Já na freqüência de 8.000 Hz os limiares auditivos obtidos por via aérea foram menores quando obtidos com o fone supra-aural (TDH-39). No grupo dos deficientes auditivos não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes segundo tipo de transdutor em nenhuma das freqüências avaliadas. Conclusão: O tipo de transdutor influenciou na obtenção dos limiares auditivos nas freqüências baixas obtendo limiares auditivos melhores, e já na frequência 8.000 Hz os limiares auditivos foram piores somente no grupo das crianças audiologicamente normais com o fone de inserção. No grupo das crianças deficientes auditivas não há influência do tipo de fone auricular na obtenção dos limiares auditivos entre 250 e 8.000 Hz.