Autismo e linguagem: discussões à luz da teoria da enunciação
Palavras-chave:
autismo, linguagem, enunciaçãoResumo
O autismo é tido, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças em sua décima edição (CID-10), como um transtorno global do desenvolvimento com características peculiares manifestas antes da idade de três anos: aversão social, estereotipias motoras, dificuldade no uso da imaginação, desvios significativos na linguagem. Desde sua inserção nos anais científicos em 1943, após a publicação do artigo Autistic Disturbance of Afecctive Contact, do psiquiatra Leo Kanner, é habitual nos estudos sobre o autismo descrever e classificar a linguagem de acordo com sua presença (ecolalia) ou ausência (mutismo ou sons estereotipados), desconsiderando o contexto situacional, a possibilidade de sentidos e a sua singularidade. Neste estudo, apresentamos o autismo sob a perspectiva da Linguística da Enunciação, tomando como referência Émile Benveniste, e, por meio da linguagem de uma criança autista, sete anos de idade, em intervenção fonoaudiológica, tivemos como objetivo encontrar as marcas de um sujeito linguístico, o qual faz uso da língua e se enuncia no ato da fala. Verificamos que é fundamental na clínica fonoaudiológica voltada para o tratamento da pessoa autista que, inicialmente, o fonoaudiólogo assuma o lugar de interlocutor do autista, a quem a linguagem fragmentada possa ser dirigida, para que as marcas enunciativas possam ser estabelecidas, e o eu (do autista) possa se construir através do jogo de oposições e alternâncias entre o eu e tu no discurso.Downloads
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