A reflexão sobre a alteridade na literatura e sobre a alteridade do próprio texto literário têm ocupado lugar de destaque na crítica contemporânea, remetendo a possíveis formas de articulação entre ética e poética. Neste artigo, busca-se abordar a temática em diálogo com dois textos do escritor italiano Italo Calvino, “Montezuma e Cortés” e “Montezuma”, nos quais a figura do “encontro” entre dois mundos – representados pelo imperador asteca e o explorador espanhol – é tomada como eixo para reflexão sobre a relação entre um “eu” marcado pela semelhança e um “outro” marcado pela diferença, as quais se explicitam na proposição do jogo ou da entrevista como molduras narrativas de um diálogo impossível.
Biografia do Autor
Maria Elisa Rodrigues Moreira, Universidade Federal de Mato Grosso
Professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal de Mato Grosso