O corpo feminino como intertexto moral do feminicídio
Autores
Carlos Magno Gomes
Universidade Federal de Sergipe
Palavras-chave:
Literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles, Patrícia Melo, Violência sexual, Corpo feminino
Resumo
Este artigo apresenta uma proposta comparatista entre o corpo feminino assassinado e os códigos morais da sociedade patriarcal no conto “Dolly” (1995), de Lygia Fagundes Telles, e no romance Mulheres empilhadas, de Patrícia Melo (2019). Articulamos uma abordagem interdisciplinar para a confecção do corpo feminino suplicado como um intertexto moral hegemônico. Essa estratégia está relacionada ao questionamento do aniquilamento feminino. Metodologicamente, desenvolve-se a construção do conceito de corpo suplicado como intertexto moral a partir do debate proposto por Michel Foucault, Tiphaine Samoyault, Elódia Xavier e Lia Zanotta Machado. Nessas obras, o corpo da mulher está representado por meio de uma perversa normatização de gênero, respaldada pelo suplício da vítima e reforçada por meio de intertextos jornalísticos paralelamente enxertados ao texto ficcional.
Biografia do Autor
Carlos Magno Gomes, Universidade Federal de Sergipe
Doutor em Literatura pela UnB (2004). Pós-doutorado em Estudos Literários ela UFMG (2013). Pesquisador Produtividade do CNPq.