DO CORPO À SUBJETIVIDADE: UM OLHAR PSICANALÍTICO SOBRE A DOENÇA DE ALZHEIMER*

Autores

  • Neuma Barros
  • Edilene Queiróz

Resumo

Introdução: A história do texto é uma história em rede, envolvendo diferentes sujeitos. Objetivos: Explorar e fertilizar a compreensão de achados clínicos neurológicos à luz da psicanálise, na idéia de alcançar as mudanças psíquicas que podem estar associadas à doença de Alzheimer. Metodologia: Transitando entre as interfaces corpo e psiquismo, busca-se desenvolver reflexões psicanalíticas sobre o fenômeno demencial inerente à doença. Discussão: O processo da doença desenha uma topografia própria. A tendência à composição, ligada ao trabalho do eu, se desorganiza. Conclusões: Eis, a proposição a que conduzem as reflexões: o fenômeno demencial desvela facetas da subjetividade. A função psíquica que empreende elaboração secundária se enfraquece, o trabalho de produzir condensações, de estabelecer relações, processando traduções, não mais se sustenta. Um estrangeiro ressurge dos labirintos do psiquismo, um sujeito desconhecido se mostra, movido por rompantes libidinais e de intensa agressividade. Palavras-chave: Psicanálise, Alzheimer, Subjetividade * Este texto foi elaborado no contexto do projeto de pesquisa “Corpo, pulsão e linguagem”, do Laboratório de Psicopatologia Fundamental do EPSI – Espaço Psicanalítico, em colaboração com o Laboratório de Psicopathologia Fundamental e Psicanálise da UNICAP/PE. O trabalho partiu da hipótese da neurologista Silvia Laurentino, segundo a qual o eu e supereu se desorganizam em decorrência da doença de Alzheimer. Meus agradecimentos à Silvia, que a mim confiou o desafio desta reflexão, à Edilene Queiroz, que comigo se debruçou sobre a complexidade do tema, e também aos psicanalistas Maria Helena Fernandes e Ronaldo Monte, pelas imprescindíveis contribuições.

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Publicado

2010-02-10