Clóvis Moura e Cedric Robinson: diálogos sobre a Tradição Radical Negra
Palavras-chave:
Clóvis Moura, Cedric Robinson, tradição radical negra, quilombo, rebelião negra, mudança socialResumo
Este artigo tem como objetivo estabelecer um diálogo entre o pensamento de Clóvis Moura, em sua obra O negro: de bom escravo a mau cidadão?, de 1977, e o conceito de “tradição radical negra” do afro-norte-americano Cedric Robinson, presente em seu livro Marxismo negro: a invenção da tradição radical negra, de 1983. O presente artigo busca identificar as convergências e divergências entre as ideias de Moura e Robinson, destacando a importância da luta e resistência dos negros na formação de uma tradição radical própria e sua relevância para uma ciência social que supere a sua tendência de “racionalização” das desigualdades raciais.
Referências
BASTIDE, Roger. O sonho, o transe e a loucura. São Paulo: Três Estrelas, 2016.
BORDA, Erick Wellington Barbosa. Entre racializações: Oliver C. Cox e a sociologia. Sociedade e Estado, Brasília, vol. 36, n. 1, p. 293-315, 2021.
COX, Oliver. Capitalism is a System. New York: Monthly Review Press, 1964.
CRUSE, Harold. The crisis of the negro intellectual. A Historical Analysis of the Fairlure of Black Leadership. New York: New York Review of Books, 2005.
ELIAS, Norbert. O processo civilizador. 2 vols. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1994.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008.
FRASER, Nancy. Do neoliberalismo progressista a Trump – e além. Política e Sociedade, Florianópolis , vol. 17, n. 40, p. 43-64, 2018.
GILROY, Paul. O Atlântico Negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2012.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano, Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
GUIMARÃES, Antônio Sérgio. Modernidades negras. A formação racial brasileira (1930-1970). São Paulo: Editora 34, 2001.
HARRIS, Marvin. Patterns of Race in the Americans. Nova Iorque: Walker, 1964.
HOETINK, Harmannus. Caribbean Race Relations: A Study of Two Variants. Londres: Oxford University Press, 1967.
MOURA, Clóvis. História do negro brasileiro. São Paulo: Editora Dandara, 2023.
_____. O negro: de bom escravo a mau cidadão? São Paulo: Editora Dandara, 2022.
_____. Os quilombos e a rebelião negra. São Paulo: Editora Dandara, 2022a.
_____. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 2019.
_____. As injustiças de Clio: o negro na historiografia brasileira. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1990.
_____. História do negro brasileiro. São Paulo: Ática, 1989.
_____. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Editora Ática, 1988.
_____. Brasil: as raízes do protesto negro. São Paulo: Global, 1983.
_____. Os quilombos e a rebelião negra. São Paulo: Brasiliense, 1981.
_____. A sociologia posta em questão. São Paulo: Livraria Ciências Humanas, 1978.
_____. O negro: de bom escravo a mau cidadão? Rio de Janeiro: Conquista, 1977.
_____. Rebeliões da senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. São Paulo: Edições Zumbi, 1959.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005, p.117-142.
ROBINSON, Cedric. Marxismo negro: a invenção da tradição radical negra. São Paulo: Editora Perspectiva, 2023.
_____. Marxismo negro. La formación de la tradicción radical negra. Madrid: Traficante de Sueños, 2021.
_____. Black Marxism: the making of the black radical tradition. London: Zed Press, 1983.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Matérias assinadas não expressam necessariamente a posição do coletivo da revista e são de exclusiva responsabilidade do(a)s respectivo(a)s autore(a)s.
Ao enviar seus textos, o(a)s autore(a)s cedem seus direitos à Lutas Sociais, que autoriza, com prévia permissão do Comitê Editorial, a reprodução das publicações, desde que conste o crédito de referência.
