Casamento e adultério
Divórcio, advogados e juízes (Belém-PA, 1890)
Palavras-chave:
Adultério, Divórcio, Linguagens jurídicasResumo
Por intermédio de processos de divórcio contenciosos impetrados em 1890, este artigo se pôs a entender formas de linguagem fabricadas por alguns advogados e juízes em face ao adultério na cidade de Belém-PA. Dito de outro modo, o estudo deu atenção às estruturas de linguagem manufaturadas por alguns juízes que em suas sentenças imprimiram entendimentos provenientes da jurisprudência, mas também usaram recorrentemente o cotidiano para subsidiar decisões; as reflexões também analisaram narrativas de determinados advogados (defensores e acusadores) de maridos e esposas envolvidos com presumíveis infidelidades conjugais. À vista disso, por um lado, os operadores da lei surgiram nas Varas Cíveis de Família não apenas como intérpretes da legislação, mas também na qualidade de “leitores” de tramas cotidianas; por outro, os juízes não ficaram às margens da influência do pensamento advocatício, pois, sobre ele, adicionaram seus saberes particulares.
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