O 19 de abril em pauta

Entre tradições e inovações na história indígena escolar

Autores

Palavras-chave:

Povos indígenas, Currículo de História, Ensino de História, Lugar de Fronteira

Resumo

Esse artigo reflete sobre a temática indígena nos currículos escolares no período de abertura política no Brasil do final da década de 1980. A porta de entrada para essa discussão é um caderno educativo intitulado 19 de abril Dia do Índio, fruto de um convênio entre o Museu do Índio-FUNAI e Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. O caderno foi um suplemento do Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro em 1988, destinado às séries iniciais da Educação Básica, no sentido de desconstruir estereótipos e preconceitos com relação às comunidades indígenas e sua integração na história brasileira.

Biografia do Autor

Maria Perpétua Baptista Domingues, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui graduação em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1991), Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016) e Doutorado em Historia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2020). Atua na coordenação da disciplina História do projeto Prepara-RJ da Diretoria de Extensão da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro (Fundação CECIERJ). É membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Ensino de História (GEPROF), coordenado pela Professora Emérita Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro, Linha de Pesquisa Currículo, Ensino e Diferença, do Programa de Pós Graduação em Educação da UFRJ, vinculado ao LEPEH (Laboratório de Pesquisa em Ensino de História) e ao NEC (Núcleo de Estudos de Currículo) da Faculdade de Educação da UFRJ. Tem experiência em turmas da educação básica (ensino fundamental e médio), na área de Educação e História, com ênfase em Ensino de História, principalmente nos seguintes temas: currículos de história e história indígena.

Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRIO)  com Pós-doutorado na Universidade Federal de Pernambuco. Professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é líder do grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino de História e Formação de Professores (GEHPROF/DGPCNPq). Professora do Programa de Pós-graduação em Educação(PPGE/UFRJ) e do Programa de Pós-graduação em Ensino de História (PROFHISTÓRIA/UFRJ/CAPES).

Viviane Grace Costa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em Educação PPGE/ UFRJ. Especialista em ensino de História – CESPEB-FE//UFRJ. Professora de História da educação básica - SEEDUC/RJ.

Referências

ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M. de. História, a arte de inventar o passado (ensaios de teoria da história). Curitiba: Editora Prismas, 2019.

ALMEIDA, R. M. C. Os índios na História do Brasil. Rio de Janeiro: editora FGV, 2010.

BITTENCOURT, C. M. F. História das populações indígenas na escola: memórias e esquecimentos. In: MONTEIRO, A. M.; PEREIRA, A. A. (Orgs.). Ensino de História e Culturas Afro-brasileiras e Indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p.101-132.

BONIN, I. T. Povos indígenas na rede das temáticas escolares: o que isso nos ensina sobre identidades, diferenças e diversidade? Currículo sem Fronteiras, v.10, n.1, pp.73-83, Jan/Jun. 2010.

CHERVEL, A. A história das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria & Educação, Porto Alegre, Pannonica Editora, n. 2, p. 177-229, 1990.

CUESTA FERNÁNDEZ, R. El código disciplinar de la Historia. Tradiciones, discursosy prácticas sociales de la educación histórica en España (siglos XVIII-XX). Tese (Doutorado em História) - Faculdade de Educação da Universidade de Salamanca, Salamanca, Espanha, 1997.

DELORY-MOMBERGER, C. Formação e socialização: os ateliês biográficos de projeto. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.32, n.2, p. 359-371, maio/ago. 2006.

DELORY-MOMBERGER, C. Biografia e Educação: figuras do indivíduo-projeto. Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2008.

DELORY-MOMBERGER, C. A pesquisa biográfica: projeto epistemológico e perspectivas metodológicas. In: PASSEGGI, M. da C.; ABRAHÃO, M. H. M. B. Dimensões epistemológicas e metodológicas da pesquisa (auto) biográfica. Natal: Ed. UFRN; Porto Alegre: PUCRS; Salvador: UNEB, 2012. p.71-94.

DOMINGUES, M. P. B.; GABRIEL, C. T. Narrativas dos/sobre indígenas na historiografia escolar contemporânea. Educação em Foco, 21(34), pp. 55–77, 2018.

KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuições à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. PUC-Rio, 2006.

MACEDO, E. Currículo, cultura e diferença. In: LOPES, A. C; ALBA, A. de (Orgs.). Diálogo curricular entre Brasil e México. Rio de Janeiro: Eduerj, 2014, p. 83-101.

MELATTI, J. C. Índios do Brasil. São Paulo, Hucitec/MEC, 1987.

MIGNOLO, W. La idea de América Latina: la herida colonial y la opción decolonial. Barcelona: Editorial Gedisa Blackwell Publishing, 2007.

MONTEIRO, A. M. Conhecimento poderoso: um conceito em discussão. In: Favacho, A. M. P.; Pacheco, J. A.; Sales, S. R. (orgs.) Currículo, conhecimento e avaliação: divergências e tensões. Curitiba: CRV, p. 58-73, 2013.

MONTEIRO, A. M. Aulas de História: questões do/no tempo presente. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 58, p. 165-182, out. /dez., 2015.

MONTEIRO, A.M.F.C.; PENNA, F. de A. Ensino de História: saberes em lugar de fronteira. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 36, n. 1, p. 191-211, jan./abr. 2011.

MONTEIRO, A. M. F. da C. ANPUH- Brasil - 30 simpósio nacional de história, 30., 2019, Recife. Currículo e docência: ensino de história entre tradições e inovações 1985- 1995 [...]. Recife: [s. n.], 2019. 2 p.

MONTEIRO, A. M. F. da C. e AMORIM, M. de O. Potencialidades das “narrativas de si” em narrativas da história escolar. Revista História Hoje. São Paulo, Brasil, v.4, n.8, p.15-31, jul-dez. 2015.

MONTEIRO, A. M. F. da C.; AMORIM A, M. O. ; GRACE COSTA, V. Projeto memória PIBID História UFRJ: “narrativas de si”, Formação docente e Ensino de História. UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente, Florianópolis /SC, 2017.

NORA, P. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Tradução de Yara Aun Khoury. Projeto História. São Paulo: Departamento de História – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 10 dez. 1993.

MUNDURUKU, Daniel. O ‘índio’ que mora em nós. Revista Educação. 03 de fevereiro de 2025. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2025/02/03/daniel-munduruku-coluna/. Acesso em: 07 de fevereiro de 2025.

MUNDURUKU, D. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). São Paulo: Paulinas, 2012.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais - perspectivas latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: Clacso, 2005a. p. 107-30.

Rio de Janeiro. Suplemento especial à edição do dia 12 de abril de 1988. Diário Oficial do município do Rio de Janeiro: Rio de janeiro, RJ, 1988.

SCHWARCZ, L. M. Imagens da branquitude: a presença da ausência. São Paulo: Companhia das Letras, 2024. 432 p.

SILVA, A. L. (Org.). A questão indígena na sala de aula. Brasiliense, 1987, 253p.

SILVA, G. J. da. Perspectivas do Ensino de História e Diversidade Étnicocultural: contribuições a um debate transdisciplinar. In: ZAMBONI, E.; GALZERANI, M. C. B.; PACIEVITCH, C. Memória, Sensibilidades e Saberes. Campinas, SP: Alínea, 2015, p. 52-63.

SOUZA LIMA, A. C. Ações afirmativas no ensino superior e povos indígenas no Brasil: uma trajetória de trabalho. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 24, n. 50, p. 377-448, jan./abr. 2018.

Downloads

Publicado

2025-09-10

Edição

Seção

Artigos Dossiê