Dois universos femininos e os limiares das ancestralidades em Conceição Evaristo e Ana Paula Tavares
Palavras-chave:
Olhos d’água, Um rio preso nas mãos, Personagens femininas, AncestralidadesResumo
Este artigo surge como desdobramento de uma pesquisa de mestrado defendida na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Tem como objetivo apresentar algumas das personagens femininas das obras Olhos d’água, de Conceição Evaristo (2016), e Um rio preso nas mãos, de Ana Paula Tavares (2019), bem como evidenciar de que maneira a ancestralidade, enquanto operador filosófico de leitura, coloca as duas obras em diálogo. Este percurso de observação demonstra a confluência de uma agência autoral que se debruça sobre o trabalho de elaborar nuances performativas na criação de personagens femininas. Evidencia contextos socioculturais distintos com foco em categorias como gênero, raça, classe e contexto geopolítico, que dialogam ao fazer uso de elementos de ancestralidades para realçar posições divergentes de normas culturais impostas hegemonicamente.
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