Infâncias negras na literatura de Conceição Evaristo: memória, ancestralidade e desabrigo

Autores

  • Michel Mingote Ferreira de Azara Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Silmara Lídia Marton Universidade Federal Fluminense
  • Renata Lopes Costa Prado Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

Infância, Relações raciais, Literatura negra brasileira, Epistemologias negras, Conceição Evaristo

Resumo

A literatura de Conceição Evaristo nos convoca à observação e escuta de múltiplas perspectivas, de uma comunhão de vozes de crianças, anciões, negros e mulheres. Com amparo em contribuições dos estudos sociais da infância, do campo de estudos intitulado  “Infâncias de Gorée”, e do pensamento de filósofos e pesquisadores pós-coloniais e decoloniais, busca-se percorrer as “escrevivências” da autora atentando-se às experiências e imaginários sobre infâncias negras. Neste percurso, são evidenciadas formas particulares de se relacionar com noções como temporalidade, memória, agência e desabrigo.

Biografia do Autor

Silmara Lídia Marton , Universidade Federal Fluminense

 

 

Renata Lopes Costa Prado, Universidade Federal Fluminense

 

 

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Infância e História: destruição da experiência e origem da história. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Tradução de Franklin Leopoldo e Silva, Joaquim José Ramos, Remberto Francisco Kuhnen, Antônio da Costa Leal e Lídia do Valle Santos Leal. São Paulo: Abril Cultural, Coleção Os Pensadores, XXXVIII, 1974.

BERENSTEIN JACQUES, Paola. Estética da ginga: a arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2010.

CÉSAIRE, Aimé. Diário de um retorno ao país natal. Tradução de Lilian Pestre de Almeida. São Paulo: Edusp, 2012.

EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003.

EVARISTO, Conceição. Becos da memória. 3. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2017.

EVARISTO, Conceição. Histórias de leves enganos e parecenças. Rio de Janeiro: Malê, 2016.

EVARISTO, Conceição. Olhos D´Água. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca Nacional, 2016.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro: Modernidade e dupla consciência. Tradução de Cid Knipel Moreira. Tradução do Prefácio à edição brasileira de Patrícia Farias. São Paulo: Editora 34, 2001.

GLISSANT, Édouard. Introdução a uma poética da diversidade. Tradução de Enilce Albergaria Rocha. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2005.

GLISSANT, Édouard. Tratado do todo-mundo. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 edições, 2024.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, ANPOCS, 1984, pp. 223-244. Disponível em: https://patriciamagno.com.br/wp-content/uploads/2021/04/GONZAL1.pdf. Acesso em: 10 mai. 2024.

GULLAR, Ferreira. Traduzir-se. In: GULLAR, Ferreira. Toda poesia. 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004. p. 335.

JENKS, Chris. Childhood. New York: Routledge, 2004.

KILOMBA, Grada. Entrevista concedida ao programa Roda Viva, da Rede cultura, em 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CGopH9rfLY8. Acesso em: 15 mai. 2024.

KOHAN, Walter Omar. Infância. Entre Educação e Filosofia. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2007.

MENESES COPETE, Yeison Arcadio. Niñeces de gorée y de la plantación: crianza y relaciones raciales en el chocó, Colombia. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 23, n. 43, pp. 1008-1033, jan./jun., 2021. D.O.I.: https://doi.org/10.5007/1980-4512.2021.e76489.

NASCIMENTO, Wanderson Flor do. Temporalidade, memória e ancestralidade: enredamentos africanos entre infância e formação. In.: RODRIGUES, Allan de Carvalho; BERLE, Simone; KOHAN, Walter Omar (orgs.). Filosofia e educação em errância: inventar escola, infâncias do pensar. Rio de Janeiro: NÉFI, 2018, pp. 583-595. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/wanderson_flor_-_temporalidade_mem%C3%B3ria_e_ancestralidade._enredamentos_africanos_entre_inf%C3%A2ncia_e_forma%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em 01 mai. 2025.

OLIVEIRA, Luiz Fernandes. Educação e militância decolonial. Rio de Janeiro: Editora Selo Novo, 2018.

PEREIRA, Edimilson de Almeida. A revanche do sagrado: entrevista com Edimilson de Almeida Pereira. Vinte Cultura e Sociedade: uma Perspectiva Negra. 14 de setembro. Disponível em: https://vinteculturaesociedade.wordpress.com/2016/09/14/entrevista-trecho/. Acesso 25 abr. 2024.

PORTELA, Daniela Fagundes. La Educación de los niños negros en la Provincia de São Paulo (1871-1888). In: GARCÍA, María Isabel Mena (org.). Nineces de Gorée o de la Negritud. Colombia: Editorial Niñeces de Gorée, 2022. Disponível em: https://www.academia.edu/97428184/Ni%C3%B1eces_de_Gor%C3%A9e_o_Ni%C3%B1eces_de_la_Negritud. Acesso em 15 abr. 2024.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da educação. Tradução de Roberto Leal Ferreira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

PROUT, Alan. Reconsiderando a nova sociologia da infância. Tradução de Fátima Murad. Cadernos de Pesquisa, v. 40, n. 141, pp. 729-750, set./dez. 2010. D.O.I.: https://doi.org/10.1590/S0100-15742010000300004. Acesso em 01 mai. 2025.

ROSEMBERG, Fúlvia. Educação como uma forma de colonialismo. Ciência e Cultura, n. 28, v.12, pp. 1466-1471, 1976.

ROSEMBERG, Fúlvia; FREITAS, Rosangela Ramos de. Participação de crianças brasileiras na força de trabalho e educação. Educação e Realidade, n. 27, pp. 95-125, 2002. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/25940. Acesso em 19 set. 2024.

SOMÉ, Sobonfu. O espírito da intimidade: ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. Tradução de Deborah Weinberg. 2. ed. São Paulo: Editora Odysseus, 2007.

Publicado

2025-08-16

Edição

Seção

Artigos