A musicalidade dos tincoãs em função da Lei 10.639/03
Estratégia para o ensino de História Afro-brasileira
Palavras-chave:
Lei 10.639/03, Educação, Cultura afro-brasileira, Ancestralidade, Identidade CulturalResumo
A pesquisa parte da hipótese de que a musicalidade do grupo Os Tincoãs carrega uma construção da memória ancestral, considerando a oralidade das religiões de matriz africana. Nesse sentido, a sonoridade do trio torna-se uma ferramenta de conexão com a ancestralidade e identidade afro-brasileira, podendo ser utilizada para o ensino de história em função da Lei 10.639/03. A análise considera a perspectiva da escrevivência, de Conceição Evaristo e "lugar de fala" que surge na luta feminista negra, alçado a topoi das experiências identitárias, entre as quais se localiza o topos escrevivente, no qual me coloco, abordando a "literatura cantada" da religiosidade africana que se mescla com elementos católicos e latino-americanos, constituindo um amálgama da brasilidade e resistência negra no contexto da ditadura militar brasileira. Tal musicalidade serve como referência para estratégias nas lutas pela educação antirracista e contra o racismo religioso na Educação Brasileira
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