Cidade ativa: considerações sobre a cidade saudável

Autores

  • Douglas Gallo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Área de Arquitetura e Urbanismo, OBY –,Laboratório cidade paisagem. São Paulo, SP/Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7730-9303

Palavras-chave:

mobilidade urbana, políticas públicas, planejamento urbano saudável, cidade humana, mobilidade ativa

Resumo

O artigo apresenta uma discussão sobre as relações entre mobilidade urbana e saúde. Com uma metodologia qualitativa procurou-se compreender as percepções e representações acerca do conceito de cidade ativa e promoção de qualidade de vida na constituição de uma cidade saudável. Foi realizada análise de conteúdo da transcrição de 31 entrevistas semiestruturadas. O planejamento e o desenho de políticas públicas impactam na qualidade espacial das cidades incentivando a mobilidade ativa com papel importante na saúde da população. O planejamento integrado possibilita a elaboração de planos com foco na qualidade de vida e na vitalidade urbana, reorientando a lógica da mobilidade urbana. A qualidade de vida e a promoção da saúde podem ser potencializadas por meio da integração de áreas verdes urbanas e da criação de espaços mais humanizados.

DOI:

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2025-6363255-en

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2025-6363255-pt

Referências

ANDRADE, V.; LINKE, C. C. (org.) (2017). Cidades de pedestres: a caminhabilidade no Brasil e no mundo Rio de Janeiro, Babilonia Cultura Editorial.

AVILÉS, A. G. (1996). Introducción a la metodología de la investigación científica Madrid, Plaza y Vales.

BARDIN, L. (2016). Análise de conteúdo São Paulo, Edições 70.

BARTON, H.; TSOUROU, C. (2004). Urbanisme et santé: un guide de l'OMS pour un urbanisme centré sur les habitants. Châteaubourg, Bureau Régional pour l'Europe de l'Organisation Mondiale de la Santé.

BAUER, M. W.; AARTS, B. (2003). "A construção do corpus: um princípio para a coleta de dados qualitativos". In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. (ed.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático Petrópolis, Vozes.

BAUER, M. W.; GASKELL, G.; ALLUM, N. C. (2003). "Qualidade, quantidade e interesses do conhecimento: evitando confusões". In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. (ed.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático Petrópolis, Vozes.

BENAVIDES, A. R. (2011). Calidad de vida, calidad ambiental y sustentabilidad como conceptos urbanos complementarios. Fermentum Mérida, v. 21, n. 61, pp. 176-207.

BOLLA, D.; VITTADINI, M. R. (2015). "Gli spazi verdi e la normativa urbanistica: standard e progetto". In: VITTADINI, M. R.; BOLLA, D.; BARP, A. Spazi verdi da vivere: il verde fa bene alla salute. Venezia, Università Iuav di Venezia, il prato.

BRASIL (2007). Ministério das Cidades. Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta – Bicicleta Brasil: Caderno de referência para elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades. Brasília, Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana.

BUFFOLI, M. (2014). Urban Health: strategie per la sostenibilità urbana Milano, FrancoAngeli.

CARVALHO, C. H. R. (2016). Desafios da mobilidade urbana no Brasil Rio de Janeiro, Ipea.

COSTA, R. G. S.; FERREIRA, C. C. M. (2009). Áreas verdes e qualidade de vida: aplicação do IAV na cidade de Juiz de Fora - MG. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, 13, Viçosa. Anais... Viçosa, UFV.

CRUZ, S. S.; PAULINO, S. R. (2019). Desafios da mobilidade ativa na perspectiva dos serviços públicos: experiências na cidade de São Paulo. Urbe - Revista Brasileira de Gestão Urbana. Curitiba, v. 11, pp. 1-19.

CRUZ NETO, O. (2002). "O trabalho de campo como descoberta e criação". In: MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade Petrópolis, Vozes.

EDWARDS, P.; TSOUROS, A. D. (2008). A heathy city is an active city: a physical activity planning guide Copenhagen, WHO Europe.

ESTRADA, E. M. R.; AGUERO, M. V. J.; CUENCA, S. Q. (2013). Ciudades saludables: una perspectiva de la Organización Mundial de la Salud y redes internacionales. Revista Legado de Arquitectura y Diseño Toluca/México, n. 13, pp. 47-57.

FAJARDO, W. (2017). "Caminhabilidade e vitalidade urbana". In: ANDRADE, V.; LINKE, C. C. (org.). Cidades de pedestres: a caminhabilidade no Brasil e no mundo Rio de Janeiro, Babilonia Cultura Editorial.

GALLO, D. L. L. (2020). Cidade Humana: a vida urbana e a promoção da saúde como qualidade de vida. Tese de doutoramento. Rio de Janeiro, Prourb/FAU/UFRJ.

GASKELL, G. (2003). "Entrevistas individuais e grupais". In: BAUER, M., W.; GASKELL, G. (ed.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático Petrópolis, Vozes.

GEHL, J.; SVARRE, B. (2018). Vida nas cidades: como estudar. São Paulo, Perspectiva.

JANSSEN, I.; LEBLANC, A. G. (2010). Systematic review of the health benefits of physical activity and fitness in school-aged children and youth. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v. 7, n. 1, pp. 1-16.

KOKKINOS, P. (2012). Physical activity, health benefits, and mortality risk. ISRN Cardiology, v. 718789, pp. 1-14.

LARSON, L. R.; JENNINGS, V.; CLOUTIER, S. A. (2016). Public parks and wellbeing in urban areas of the united states. PLoS One United States, v. 11, n. 4, [s.p.].

LAURIA, A.; MORGANTE, S. (2015). "Verde e salute". In: VITTADINI, M. R.; BOLLA, D.; BARP, A. Spazi verdi da vivere: il verde fa bene alla salute. Venezia, Università Iuav di Venezia, il prato.

LIMA, D. F.; LEVY, R. B.; LUIZ, O. C. (2014). Recomendações para atividade física e saúde: consensos, controvérsias e ambiguidades. Revista Panamericana de Salud Pública Washington, v. 36, n. 3, pp. 164-170.

LOPES, C. S. P. (2021). Ciclabilidade e paisagem urbana. Dissertação de mestrado. Campo Grande, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

LONDE, P. R.; MENDES, P. C. (2014). A influência das áreas verdes na qualidade de vida urbana. HYGEA - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde Uberlândia, v. 10, n. 18, pp. 264-272.

MAAS, J.; VERHEIJ, R. A.; VRIES, S.; SPREEUWENBERG, P.; SHELLEVIS, F. G.; GROENEWEGEN, P. P. (2009). Morbidity is related to a green living environment. Journal of Epidemiology and Community Health United Kingdom, v. 63, n. 12, pp. 967-973.

MACEDO, S. S.; QUEIROGA, E. F.; CAMPOS, A. C. M. de A.; COSSIA, D.; GONÇALVES, F. M.; ROBBA, F.; GALENDER, F. C.; DEGREAS, H. N.; SILVA, J. M. P. da; PRETO, M. H. de F.; AKAMINE, R.; CUSTÓDIO, V. (2009). "Considerações preliminares sobre o sistema de espaços livres e a constituição da esfera pública no Brasil". In: TÂNGARI, V. R.; ANDRADE, R. de; SCHLEE, M. B. Sistema de espaços livres: o cotidiano, apropriações e ausências. Rio de Janeiro, FAU/UFRJ/Proarq.

MINAYO, M. C. S. (2002). "Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social". In: MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade Petrópolis, Vozes.

MINAYO, M. C. S. (2004). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde São Paulo, Hucitec.

MORÉ, C. L. O. O. (2015). A "entrevista em profundidade" ou "semiestruturada", no contexto da saúde: dilemas epistemológicos e desafios de sua construção e aplicação. In: CONGRESSO IBEROAMERICADO EM INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA, 4, Aracaju. Anais.... Universidade Tiradentes.

NICOLACI-DA-COSTA, A. M. (2007). O campo da pesquisa qualitativa e o método de explicitação do discurso subjacente (MEDS). Psicologia: Reflexão e Crítica Porto Alegre, v. 20, n. 1, pp. 65-73.

NUCCI, J. C.; CAVALHEIRO, F. (1998). Espaços livres e qualidade de vida urbana. Paisagem e Ambiente São Paulo, n. 11, pp. 277-288.

OJA, P.; TITZE, S.; BAUMAN, A.; GEUS, B.; KRENN, P.; REGER-NASH, B.; KOHLBERGER, T. (2011). Health benefits of cycling: a systematic review. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports New Jersey, v. 21, n. 4, pp. 496-509.

PINA, J. H. A. (2011). A influência das áreas verdes urbanas na qualidade de vida: o caso dos Parques do Sabiá e Victório Siquierolli em Uberlândia-MG. Dissertação de mestrado. Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia.

ROSIN, L. B.; LEITE, C. K. S. (2019). A bicicleta como resistência: o paradigma rodoviarista e o papel do ativismo ciclista no município de São Paulo/SP. Cadernos Metrópole São Paulo, v. 21, n. 46, pp. 879-902.

SALLIS, J. F. et al. (2016). Physical activity in relation to urban environments in 14 cities worldwide: a crosssectional study. The Lancet United Kingdom, v. 387, n. 10.034, pp. 2207-2217.

SANTANA, P.; NOGUEIRA, H.; SANTOS, R.; COSTA, C. (2007). "Avaliação da qualidade ambiental dos espaços verdes urbanos no bem-estar e na saúde". In: SANTANA, P. A cidade e a saúde. Coimbra, Gráfica de Coimbra.

SCHEUER, J. M. (2016). Planejamento urbano, áreas verdes e qualidade de vida. Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade Curitiba, v. 11, n. 5, pp. 59-73.

SCHLEE, M. B. et al. (2009). "Sistema de espaços livres nas cidades brasileiras: um debate conceitual". In: TÂNGARI, V. R.; ANDRADE, R.; SCHLEE, M. B. (org.). Sistema de espaços livres: o cotidiano, apropriações e ausências Rio de Janeiro, FAU/UFRJ/Proarq.

SOUZA, F. N. et al. (2016). WebQDA - manual de utilização rápida. Aveiro, UA Editora.

SPECK, J. (2016). Cidade caminhável São Paulo, Perspectiva.

TAKANO, T.; NAKAMURA, K.; WATANABE, M. (2002). Urban residential environments and senior citizens' longevity in megacity areas: the importance of walkable green spaces. Journal of Epidemiology and Community Health, v. 56, pp. 913-918.

TARDIN, R. (2008). Espaços livres: sistema e projeto territorial Rio de Janeiro, 7Letras.

TSAY, S. (2017). "Caminhando pelo mundo: conversas globais e ações locais". In: ANDRADE, V.; LINKE, C. C. (org.). Cidades de pedestres: a caminhabilidade no Brasil e no mundo Rio de Janeiro, Babilonia Cultura Editorial.

VARGAS, J. C.; NETTO, V. M. (2017). "Condições urbanas da caminhabilidade". In: ANDRADE, V.; LINKE, C. C. (org.). Cidades de pedestres: a caminhabilidade no Brasil e no mundo Rio de Janeiro, Babilonia Cultura Editorial.

VERAS, M.; DI DOMENICO, M.; MARQUES, K. V. (2017). "O transporte dentro da perspectiva ambiental da saúde". In: ANDRADE, V.; LINKE, C. C. (org.). Cidades de pedestres: a caminhabilidade no Brasil e no mundo Rio de Janeiro, Babilonia Cultura Editorial.

VINUTO, L. (2014). A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto. Temáticas. Campinas, v. 22, n. 44, pp. 203-220.

WARBURTON, D. E. R.; NICOL, C. W.; BREDIN, S. S. D. (2006). Health benefits of physical activity: the evidence. Canadian Medical Association Journal Ottawa, v. 174, n. 6, pp. 801-809.

WARBURTON, D. E. R.; BREDIN, S. S. D. (2017). Health benefits of physical activity: a systematic review of current systematic reviews. Current Opinion in Cardiology United States, v. 32, n. 5, pp. 541-556.

WANNER, M.; GÖTSCHI, T.; MARTIN-DIENER, E.; KAHLMEIER, S.; MARTIN, B. W (2012). Active transport, physical activity, and body weight in adults: a systematic review. American Journal of Preventive Medicine United States, v. 42, n. 5, pp. 493-502.

WHO - World Health Organization. (2008). A healthy city is an active city: a physical activity planning guide. Copenhagen, WHO.

Publicado

2025-04-30