Brás Cubas como Coélet fluminense

Autores

Palavras-chave:

Bíblia, Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, Coélet fluminense

Resumo

A Bíblia ocupou um lugar importante na obra de Machado de Assis. O artigo tem como objetivo central explicar como o romance Memórias póstumas de Brás Cubas, obra que marcou o início da segunda fase da produção romanesca do escritor fluminense incorpora uma visão da vida, da morte e do mundo no geral que ecoa o Eclesiastes. Encontra-se aí a base das hipóteses que orientarão o texto que está dividido em duas partes, sendo que a segunda por sua vez está subdividida em duas subpartes. A primeira parte, A literatura sapiencial e o Eclesiastes, buscam compreender o lugar do tema sabedoria no Antigo Testamento da Bíblia. Logo a seguir há uma abertura para a apresentação do Eclesiastes e do seu lugar no cânon bíblico. A segunda parte, O narrador e o Coélet fluminense em Memórias póstumas de Brás Cubas, contém as hipóteses e os argumentos defendidos e se abre inicialmente para uma compreensão do ato de narrar no texto literário, bem como os estudos que se ocuparam em destacar a importância da narração. Posteriormente, serão selecionadas as principais partes do livro publicado em 1881, com vistas ao entendimento da presença e inspiração do Eclesiastes sobre o narrador. Os assuntos tratados no texto bíblico serão ainda estudados nas relações como temas que versam sobre o pessimismo e o sentido da vida.

 

Palavras-chave: Bíblia; Machado de Assis; Eclesiastes; Memórias póstumas de Brás Cubas; Coélet fluminense

 

Biografia do Autor

Carlos Mário Paes Camacho, Instituto de Laticínios Cândido Tostes

*Doutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Doutor em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Contato: carlosmariodegraus@hotmail.com

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Publicado

2025-07-12